DENOMINAÇÃO DO PRODUTO
Óleo de Cártamo

FINALIDADE DE USO
Complementar a dieta do indivíduo, fornecendo níveis aceitáveis de ácidos graxos.

RECOMENDAÇÕES DE CONSUMO
Porção Diária: 2 cápsulas ao dia

COMPOSIÇÃO QUÍMICA COM CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR

Nome Químico: cis, cis – 9, 12 – octadecadienoic acid
Fórmula Química: C18H32O2
Fórmula Estrutural: CH3 – (CH2)4 – (CH = CH – CH2)2 – (CH2)6 – COOH
Nome popular: Cártamo
Nomes científicos: Carthamus tinctorius L.
Família: Asteraceace
Partes utilizadas: A torta produzida após a extração do óleo tem em média 35% de proteína e pode ser utilizada na alimentação de animais ruminantes.

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS APLICÁVEIS
Redução da gordura corporal em ratos (Pariza et al, 1996);
Redução da gordura corporal e aumento da massa magra em porcos (Dugan ET al,1997);
Aumento da lipólise de adipócitos e reforço na oxidação de ácidos graxos (Pariza et al, 1996);
Redução da concentração de triacilgliceróis e glicerol (Park et al, 1997);
Redução dos níveis de colesterol LDL (Lee et al, 1994);
Redução significativa de massa gorda em humanos obesos (Blankson et al,2000).

HISTÓRIA
O cártamo já era cultivado na Ásia antes da Era Cristã. Os povos antigos cultivavam-no para extraírem de suas flores tintas vermelha e amarela que eram usadas para tingir tecidos de algodão e seda, e como corantes para uso culinário.
A cartamina, substância alaranjada e insolúvel em água é o corante mais importante extraído das flores desta planta.
O óleo de cártamo é extraído de sementes oleaginosas que possuem elevados teores de ácidos graxos essenciais: ácido linoléico (60-80%) e oléico (20-40%), que para serem funcionais e bioativos, devem ser extraídos a frio.
No Egito o cártamo era usado para colorir algodão e seda, bem como na pomada cerimonial usada nas cerimônias religiosas e para ungir múmias.
Sementes de cártamo e pacotes de guirlandas têm sido encontrados com múmias de 4000 anos. O óleo foi usado para unguento e iluminação.
Pelo século 18 o cártamo egípcio foi usado na Itália, França e Grã Bretanha para coloração de queijos e sabor na salsicha.
Em 1977 era utilizado pelo oriente Médio, Índia e África como purgativo.
As flores eram usadas para dar cor e sabor nas sopas e arroz como também em panos.
O cártamo é utilizado como corante em indústrias de carpetes, tapete, nos países da Europa Oriental, Oriente Médio e no subcontinente indiano.
Um chá feito a partir da folhagem de cártamo é usado para evitar o aborto e infertilidade por mulheres no Afeganistão e na Índia (Weiss 1983). “Todas as partes da planta são vendidas por herbalistas na Índia e no Paquistão como “pansari” para sanar várias doenças e como um afrodisíaco (Knowles 1965)”.
Folhas jovens são comidas cozidas, como um vegetal com curry ou arroz na Índia, no Paquistão e Birmânia. É saboroso e seu valor alimentar e os rendimentos são semelhantes ou melhores do que a aveia ou alfafa (Smith 1996, Wichman 1996).

FLORES
Na China, um agradável chá de ervas com sabor amargo é preparado a partir das flores do cártamo (Li Dajue and Han Yuanzhou 1993).

CORANTES ALIMENTARES E COSMÉTICOS
A Adição de flores do cártamo aos alimentos é uma prática generalizada de antiga tradição. Na verdade o açafrão é talvez a especiaria mais cara do mundo, e o cártamo é um substituto comum.
Cosméticos como o Blush podem ser feitos a partir do corante do cártamo misturado com giz francês, o cosmético japonês (‘beni’) (Weiss 1983) e na coloração de batons (Smith 1996).

CORANTES
Até este século quando se tornaram mais baratas as tintas anilinas, o cártamo tornou-se disponível essencialmente para a produção de corantes.
O corante amarelo solúvel em água, carthamidin, e o corante vermelho insolúvel em água, carthamin, podem ser obtidos através das flores de cártamo.
A produção dos corantes tem praticamente cessado na Ásia, mas os corantes ainda são preparados em uma pequena escala para tradições e ocasiões religiosas.

MEDICAMENTOS
Na china, as flores do cártamo são cultivadas quase que exclusivamente para a utilização no tratamento de muitas doenças bem como chá tônico.
Cártamo tem um sabor amargo de plantas medicinais, mas o Instituto de Botânica da Academia Chinesa de Ciências em Pequim desenvolveu um chá com cheiro doce que contém aminoácidos, vitaminas B1, B2, B12, C e E, e minerais. As preparações de cártamo devem ser armazenadas em recipientes resistentes à luz (Weiss 1971).
Muitos estudos clínicos e laboratoriais apóiam o uso de medicamentos de cártamo em problemas menstruais, doenças cardiovasculares e associadas à dor e inchaço como trauma.

SEMENTES
Medicinal: No Paquistão as sementes são usadas para produzir calor e secura no corpo e com adição de açúcar, é um laxante (Knowles 1965). Para os problemas de menstruação são utilizadas com início no primeiro dia da menstruação, para aumentar o fluxo sanguíneo, pelo menos 3 doses diárias.

ÓLEO
Em todo o mundo, o cártamo é cultivado principalmente por seu óleo comestível para cozinhar, óleo para salada e margarina. Nos países afluentes investigações ligadas à saúde e dietas aumentaram a demanda por esse óleo, como tem maior proporção polisaturação / saturação do que quaisquer óleos disponíveis.
É nutricionalmente semelhante ao azeite com elevados níveis de linoléico ou ácido oléico, mas muito menos dispendioso. Gorduras poliinsaturadas são associadas com a diminuição do colesterol do sangue. Também gorduras monoinsaturadas tais como óleo de cártamo tende a diminuir os níveis sanguíneos de LDL (mau colesterol) sem afetar o HDL (bom colesterol) (Smith 1996).
Há um mercado considerável para a saúde alimentar com cártamo especialmente na América do Norte, Alemanha (Smith 1996) e no Japão.
O óleo de cártamo é estável e sua consistência não muda a baixas temperaturas, tornando-se adequados para utilização em alimentos refrigerados. O óleo de cártamo, como molhos para saladas, tem permanecido estável e satisfatório em 12oC (Weiss 1971). Óleo de cártamo com alto teor oléico é muito estável no aquecimento e não é produzida fumaça ou cheiro durante a fritura (Gyulai 1996).
Óleo de cártamo é mais adequado para hidrogenação de margarina do que os óleos de soja ou canola, que são instáveis neste processo (Kleingarten 1993).
Os japoneses são os maiores importadores de óleo e de sementes para uso.
Tradicionalmente, o óleo de cártamo foi misturado com outros óleos para uso culinário no ‘tempura’ (Weiss 1983).
O cártamo tem capacidade de ajudar na formação prostaglandinas, esta é apenas uma de suas virtudes. O cis-ácido linoléico e o ácido graxo ômega-6, no óleo de cártamo, são responsáveis pela produção das prostaglandinas e também atuam como catalisador para queima de gordura marrom.
A gordura marrom é a interna que circunda a gordura corporal de órgãos vitais e serve como uma fábrica de queima de gordura, utilizando calorias para aquecer em vez de armazená-las como gordura branca.
Durante o metabolismo normal, cis-ácido linoléico converte a ABL (ácido gama linolênico). GLA, em seguida, estimula o organismo em uma onda de atividade de queima de calorias.
Quando a gordura marrom é ativa em uma base regular, o corpo é capaz de manter o seu melhor peso ideal. Mas, claro, a gordura marrom não funciona no mesmo ritmo em todos.
Muitos pesquisadores como o Dr. George Bray, na Universidade da Califórnia em Los Angeles teorizam que a gordura marrom torna-se menos ativa com a idade, peso, tornando mais difícil controle.
Bray também acredita que a gordura marrom torna-se prematuramente lenta em algumas pessoas, enquanto fica bem ativa em outras com a velhice.
Hereditariedade pode ser a culpa neste caso, mas o cártamo com seus níveis elevados de ômega-6 pode ajudar a corrigir o problema.
A nutricionista Ann Louise Gittleman, MS, narra a história de como o cártamo foi instrumental em ajudar a vários de seus clientes a perderem peso. “Durante anos, estas mulheres tinham seguido nutricionalmente elevado nível de dietas de carboidratos”, escreveu em Gittleman Beyond Pritikin “Elas comeram muitos vegetais, grãos e cerais e batatas sem manteiga”.
Mas, enquanto começaram a trabalhar nessa rotina, as mulheres atingiram um platô na sua perda de peso e não poderia perder as últimas cinco libras que lhe colocaria no seu peso corporal ideal. Elas também se queixavam de pele seca, cabelos e unhas.
Gittleman adicionou duas colheres de chá de óleo de cártamo diariamente nessa dieta na forma de molhos para salada e em três semanas ambas as mulheres notaram resultados. Não só melhorou os seus cabelos, unhas e pele, mas elas tinham perdido as teimosas cinco libras.
Óleo de cártamo possui múltiplas habilidades, quando usados corretamente.
Regularmente o óleo de cártamo é excelente em molhos para saladas, vegetais, e como um suplemento nutritivo.

ZONA DE PLANTIO
Atualmente, o cártamo é cultivado como planta oleaginosa, altamente adaptada às condições de semi-ardidez sendo os principais produtores mundiais a China, Egito, Estados Unidos, Índia, México e Rússia.

CULTIVO
Clima e Solo
O cártamo é uma planta que oferece elevada resistência à falta d’água, às altas temperaturas, aos ventos fortes e quentes, à baixa umidade relativa do ar, e é tolerante a solos salinos. Exibem grande capacidade de adaptação às mais diferentes condições ecológicas reinantes nas regiões semi-áridas de baixa altitude, mostrandose pouco sensível às variações de foto-período e desenvolvendo-se bem nos mais diferentes tipos de solos. É bem produzido com precipitações de 300 a 600 mm anuais e em altitudes inferiores a 800m. Suporta temperaturas de até 50°C e não tolera excesso de umidade, nem no solo e nem na atmosfera.

Plantio
O plantio é feito em sulcos, distanciados de 70 a 90 cm. A profundidade de semeadura deve ser de 4 a 6 cm e a distância entre a plantas, de 5 a 10 cm.
Utilizam-se 15 a 20 kg de aquênios por hectare e para o plantio pode-se usar a mesma semeadura usada nos plantios de milho e algodão.

Descrição Científica do Ingrediente (segundo espécie de origem vegetal, animal ou mineral).

O consumo do óleo de cártamo vem aumentando consideravelmente nos últimos anos no Brasil e em diversos países, dado tratar-se de um alimento seguro e com baixíssimo risco. O óleo de cártamo é caracterizado pelo mais alto grau de segurança, no que diz respeito a possíveis interações com drogas, excipientes ou outros componentes de alimentos.
A tolerabilidade do óleo de cártamo foi avaliada em uma série de estudos comparativos controlados e, subseqüentemente, evidências foram encontradas de que ele é extremamente seguro.
Roche et al, 2001, em extensivos estudos com animais de diferentes raças (ratos, hamsters, camundongos, galinhas e cachorros), a alimentação com ácido linoléico resultou em mudanças corpóreas, diminuição de peso e de massa gorda, além de um aparente aumento de massa magra.
Um estudo feito por Park et al (1997), analisou a composição corporal de camundongos que foram suplementados com óleo de cártamo. Os resultados mostraram uma redução de 57 a 60% de gordura corporal e aumento de 5 a 14% da
massa corporal magra. Em outro estudo feito em camundongos, os pesquisadores acrescentaram ácido linoléico à dieta desses animais, trazendo resultados surpreendentes: ao final de seis semanas foi observada uma redução de 43 a 88% do tecido adiposo (West et al., 1998).
Um estudo toxicológico elaborado pelo Departamento de Medicamento Molecular, Hospital do Noroeste de Seattle, Washington DC, confirmou a segurança de uma preparação contendo ácido linoléico, que foi testado in vitro em dois ensaios de mutagenicidade e repetido em 90 dias em doses administradas em roedores, onde constatou-se que o mesmo não é mutagênico.

AVALIAÇÃO EM HUMANOS
Masters et al, 2000, em um estudo realizado com placebo controlado, o mesmo enriquecido com ácido linoléico e oferecido a 81 homens e mulheres saudáveis por um período de 18 semanas, a 4g/dia, não mostrou nenhum efeito anormal ou mudanças adversas.
Os efeitos do ácido linoléico em seres humanos com obesidade abdominal foram investigados em um estudo de 4 semanas, no qual 24 homens obesos com síndrome metabólica fizeram parte da amostra. Catorze deles receberam 4,2 g/d e 10 receberam placebo. Ao término do estudo verificou-se uma significativa redução no perímetro abdominal com a suplementação do ácido linoléico (Riserus, 2001).
A Food and Agriculture Organization (FAO) e a World Health Organization (WHO) recomendam desde 1994 que devemos ingerir 3% de ácidos graxos essenciais, principalmente n-3 e n-6, com base em estudos pré-clínicos e clínicos.

GENERALIDADES
A palavra carthamus deriva do hebraico kartami, que significa tingir.
Provavelmente originário da Ásia, é conhecido desde a Antiguidade como fonte de um corante amarelo utilizado em culinária (daí a designação de ‘açafrão bastardo’) e outro vermelho, a ‘cartamina’, ainda hoje muito utilizado no Sudoeste Asiático para tingir seda. Sendo atualmente uma cultura importante na Índia, é também cultivado um pouco por todo o mundo (Bradleyet al.,1999; Dajue & Mündel, 2002; Oelke).

CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CÁRTAMO
Cártamo é uma planta anual que se adapta bem em terrenos profundos, pouco compactos e frescos, com pH próximo da neutralidade, em zonas com um mínimo de 350-400 mm de precipitação anual. É bastante resistente ao frio, suportando temperaturas negativas nas primeiras fases do ciclo vegetativo (Sampaio & Costa, 1968; Oelke et al., 1992). A planta de tem uma altura que varia entre 30 e 150 cm. A raiz é extremamente robusta; o caule produz ramificações em número variável, cada ramificação produz 1-5 capítulos de cor amarela, laranja ou vermelha; os frutos são aquénios, cada um dos quais com 15-30 sementes com um teor de óleo entre 30 e 45%. (Dajue & Mündel, 2002; Oelke et al., 1992).

BIBLIOGRAFIA
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